quarta-feira, 23 de abril de 2014

0 Eu não Vou para a Igreja Porque ...

 
 É quase uma regra ouvir de algumas pessoas que não estão interessadas em ir para a igreja, usando do seguinte artifício: "É por isso que eu não vou para a igreja, pois acho errado pastor se meter nisso, irmão que não faz aquilo e etc e etc". 

   Não podemos esquecer que o testemunho cristão é importante, e também causa um certo impacto na vida daqueles que não tem nenhum compromisso com a igreja. Só não devemos esquecer também que, há algo mais complexo na questão que, independe da vontade da pessoa. 

   O apóstolo Paulo escrevendo para a igreja de Éfeso diz no capítulo 2.1-7:

 "Ele vos deu vida, estando vós mortos nas vossas transgressões e pecados, nos quais andastes no passado, no caminho deste mundo, segundo o príncipe do poderio do ar, do espírito que agora age nos filhos da desobediência, entre os quais todos nós também antes andávamos, seguindo os desejos carnais, fazendo a vontade da carne e da mente; e éramos por natureza filhos da ira, assim como os demais. Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo imenso amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos pecados, deu-nos vida juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus".

   Aqui está um dos maiores dramas da vida cristã! Segundo as palavras do apóstolo Paulo, a questão de se aceitar estar livremente na igreja, ou a liberdade de rejeitar estar presente nela como reconhecimento de que a Igreja é um projeto de Deus, onde nos reunimos para louva Aquele que Reina e Vive para sempre,  vai muito além de meros sentimentos de ir ou não ir. A questão é que envolve morte espiritual, e causada pelo pecado. 

   As palavras iniciais transgressões e pecados tem uma conotação muito forte. O termo grego parptoma (delito), conforme a versão Almeida Revista e Atualizada, segundo Stott, "é um passo falso, que envolve ou a travessia de uma fronteira conhecida ou um desvio do caminho certo". O segundo termo hamartia (pecado, ARA), ainda segundo Stott, significa, "mais um erro d o alvo, deixando de chegar à altura de um padrão". Para o referido comentarista, as duas palavras juntas descrevem claramente os nosso pecados de comissão e omissão. 

   O Dr. Lloyd Jones sem meias-palavras faz uma exposição impactante desses termos adotados aqui pelo apóstolo Paulo. Ele diz que uma ofensa "É uma transgressão externa. De fato o sentido radical da palavra é algo que se aparta do verdadeiro e do íntegro". Segundo ele pelo fato de o homem ter sido criado para ser íntegro, verdadeiro, justo e santo, mas que se apartou desse estado, e não ser mais íntegro, ele arremata: "É como algo inclinado ou caindo ao chão; saiu da sua posição verdadeira, da sua posição perpendicular". 

   Com relação a palavra "pecado". Aqui, segundo Jones, "inclui todas as manifestações do pecado considerado como um princípio interior". É interessante como tais comentaristas conseguem extrair do texto bíblico verdades neles contidas, que nos fazem refletir profundamento o sentido cristão. Asseverando de forma prática o que Paulo quis dizer com o uso dos dois termos, diz Lloyd Jones: " Há em cada um de nós este princípio corrupto, e este se manifesta no que chamamos pecados. Temos, pois, aqui, uma defimição muito compreensiva da vida do homem fora da graça divina - uma queda do verdadeiro, do certo, do íntegro e do homem fora da graça divina - uma queda do verdadeiro, do certo, do íntegro e do justo, e todas as manifestações externas deste princípio mau que há dentro de nós. É isso que se quer dizer com ofensas e pecados".        

   Portanto, antes de darmos ouvido ao que tais pessoas dizem, precisamos olhar para as Escrituras e deixar com que elas nos guiem pelas sendas retilíneas da verdade.

   Digo verdadeiramente que não é pela atitude de alguém que os ímpios não vão para a igreja, mas é por causa do estado de pecado que se encontra a raça humana. Mortos em pecados e delitos. E se Jesus não ressuscitar tais pessoas, elas jamais sentirão prazer em estar em Sua presença. Reconhecer que a Igreja é um organismo que no decorrer da história Deus tem manifestado a sua graça de forma maravilhosa, cf. Ef.3.10, "para que agora a multiforme sabedoria de Deus seja manifestada, por meio da IGREJA, aos principados e poderios nas regiões celestiais,". 

   Portanto, antes de você dizer alguma coisa sobre a igreja e sobre as pessoas que fazem a mesma, cuidado, pois persegui-la traz implicações seríssima, pois havia um certo homem que tentou fazer isso e não foi bem sucedido. É só analisar At.9. 

    Fico extremamente feliz pelo fato de saber que as Escrituras são bem claras quanto ao estado do homem. Pois quando nos debruçamos diante dela, podemos conhecer o agir de Deus no decorrer da história e como ele nos enxerga. 

    Espero que antes de alguém fazer tal tipo de comentário, analise melhor os seus próprios argumentos. Até porque a vida moderna nos coloca numa condição de rejeição das autoridades constituídas, e isso não exime as autoridades eclesiásticas.

    Saiba que o seu problema não é a conduta do pastor ou das ovelhas que privam você de ir a igreja, mas sim, o seu comodismo com o pecado. Pois até agora não me lembro de ter ouvido alguém fazer esse tipo de comentário e perder noites e mais noites em farras. Se isso fosse verdadeiro, o discurso para não ir a igreja, quer dizer que nas farras só tem santos!? Que coisa, não? A hipocrisia tem se manifestado de forma profusa. Ó mundo difícil de se compreender! 

*AACO
Referência

Bíblia A21
JONES, D. M. Lloyd. Reconciliação: O Método de Deus. São Paulo: Ed. PES, 1995.
STOTT, John R. W. A Mensagem de Efésios. A Nova Sociedade de Deus. São Paulo: Ed. ABU, 2007.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

4 A Triste Sina dos Pregadores do Evangelho da Prosperidade

   
O que acontece com o evangelho, quando ele deixa de ser evangelho, e passa a ser usado ao gosto do freguês? 

      Eu estou lendo algumas literaturas que fogem a meu perfil teológico, mas como me deterei na questão de combater alguns modismos que tem assolado as nossas igrejas, sou obrigado a ler coisas que me chocam bastante. E ao mesmo tempo, me preocupa o fato de determinadas teologias serem disseminadas em muitos púlpitos de igrejas, sem que os ouvintes tenham a perspicácia para tecerem um comentário crítico a tais disparates. Senão analisemos um suposto "sonho" que uma pessoa teve, um homem de negócios, segundo relatado no Livro "Há Poder em suas Palavras" de autoria de Don Gossett, publicado pela Editora Vida, ao se encontrar com ele, Gossett, quando foi cobrar a dívida de um amigo que devia uma soma grande de dinheiro. O sonhador conta para Gossett que, no caminho até a casa do devedor, precisou ficar em uma pousada, e que durante a noite, antes de chegar ao seu destino, teve um sonho, e que sonho!

        Ele sonhou que chegava na casa do seu devedor e que o mesmo o convidaria para fazer um culto matutino, até aí tudo bem, o chocante é que o recepcionista o convida para ler o salmo 23, agora vem a parte principal, o que transcreverei é o conteúdo do sonho que o cobrador teve com relação ao salmo. Passo agora a transcrever o sonho ipsis litteris:



       "O Senhor é o meu banqueiro; nada me faltará. Ele me faz repousar em minas de ouro; Ele me dá a combinação de seu cofre-forte. Ele restaura o meu crédito; ele me mostra como evitar os processos legais por amor do seu nome. Sim, ainda que eu ande pelas sombras das dívidas, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua prata e o teu ouro me resgatam. Preparás um caminho para mim na presença dos meus cobradores; enches os meus barris com óleo; minhas medidas transbordam. Certamente a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida e eu negociarei em nome do Senhor" (Há Poder em suas Palavras. Ed. Vida, Miami, Flórida:1990, p.76) Ufa, que coisa, não?!


      É triste constatarmos esse tipo de comportamento diante do texto sagrado e mesmo assim, vermos as pessoas aceitando essas coisas, como se fossem a mais realística das verdades. É preciso uma volta urgente ao evangelho genuíno, uma vez que essas garras estão sendo postas em solo brasileiro de forma profusa. Ou a igreja se pronuncia de forma clara e contundente, ou então, teremos que ceder aos ditames dela, e torná-la ortopraxia para os nossos eclesianos de forma geral. O resultado dessas bizarrices não serão vistos a longo prazo, até porque hoje em dia temos os nossos copastores, ou quem sabe, se não já estamos sendo copastores encenando no palco do obscurantismo, enquanto os televangelístas midiáticos já nos solaparam o nosso lugar.

      Será que somos copastoreados por pessoas da estirpe de Silas Malafaia, Romildo Ribeiro Soares o vulgo missionário R R Soares, Waldemito Santiago, Edir Macedo e et alli? Ou não sendo os seus coadjuvantes aonde eles fazem o papel principal? Depois só não podemos achar que estamos fazendo a coisa certe, quando na verdade estamos nos omitindo na tarefa de ensinar o evangelho puro e simples do mestre, com medo de perder a audiência nos cultos das nossas igrejas.

      Sou taxativamente favorável ao que o Rev. Hernandes Dias Lopes fala em uma das suas pregações, quando ele diz que nós sofremos de dois males. O mal da numerologia, com isso, ele diz que nós nutrimos um apego exacerbado aos números, e por isso, rotulamos a temperatura espiritual da igreja pelo número de pessoas que a frequenta regularmente. O outro mal é o da aversão aos números, com a prerrogativa de que Deus está mais interessado em qualidade do que em quantidade, achamos que não devemos nos preocupar com mais pessoas na igreja. 

     Isso posto, só nos resta lamentar e chorar as nossas falhas no campo teológico. Até porque, embora não em linhas gerais, mas em grande escala, teologia parece que insiste em ser coisa do diabo para muitos crentes e principalmente aqueles que são espirituais e espiritualistas, tal qual os pietistas do séc.XVII. 

    Na esperança de um dia ver a igreja viver o evangelho, insistirei que a pregação da Palavra de Deus a qualquer preço, é mais vantajosa para aqueles que servem verdadeiramente ao Senhor.   

#AACO

terça-feira, 8 de abril de 2014

33 RESPOSTA A UMA ALUNA DO RHEMA BRASIL DE SOLEDADE

     Quero usar desse espaço para emitir uma resposta, a pedido, diga-se de passagem, a uma aluna que estuda no Rhema de Soledade. A amiga entregou o material a uma das minhas ovelhas, e pediu ao mesmo para que tal material me fosse entregue para eu avaliar, e ver que lá eles não ensinam nada que não seja bíblico. 

    Quero deixar bem claro que a minha defesa se resume ao conteúdo da apostila que tenho em mãos, que me foi entre, com o desafio de apresentar os erros, se porventura tivesse, como a própria aluna da referida escola me desafiou. Portanto, não atacarei pessoas, me reservarei o direito de comentar o que avaliar de incompatível com as Escrituras Sagradas. 

     Vamos ao conteúdo. A apostila que eu tenho em mãos é intitulada de "CRISTO AQUELE QUE CURA", de autoria de Gilson Lacerda. No prólogo diz "A Palavra de Deus afirma que o diabo veio para matar, roubar e destruir, mas que Jesus veio para nos dar vida, e vida em abundância. Entretanto, há muitos PENSAMENTOS ERRADOS sendo disseminados acerca da fonte das doenças e da disposição de Deus em curar os homens" (ênfase acrescentada).  

      Podemos inferir que a coisa vai aprofundar bastante sobre essa questão. Primeiro, o texto de João se analisado respeitando o seu devido CONTEXTO, não se refere ao diabo propriamente dito. Mas sim ao sistema religioso. Carson comentando o verso 10, em tela diz: "Essa é uma forma proverbial de insistir que há somente um meio de receber vida eterna; somente uma fonte de conhecimento de Deus; somente uma fonte de nutrição espiritual; somente uma base para a segurança espiritual - somente Jesus". No  que diz respeito a figura que vem para matar, roubar e destruir, o mesmo comentarista faz um comparativo desse personagem com os maiores ditadores com os seus regimes totalitários que mataram, roubaram e destruíram em nome de um ideal humano maquiavélico. Carson arremata dizendo "Jesus tem razão. Não é a doutrina cristã do céu que é um mito, e sim o sonho humanista de utopia".  (Comentário de João, p.182).  Jamais vemos alguma indicação do capiroto nessa passagem.  Outro dado intrigante é o uso do termo em Jo.10.10, com referência ao verbo matar no grego que é (quo), a Chave Linguística do Novo Testamento diz que termo tem o sentido de matar, abater para alimentação. (Chave Linguística do Novo Testamento, p.178). Isso posto, fica insustentável a ideia de que João esteja se referindo ao diabo. 

      O texto da apostila vai mais adiante no assunto sobre cura de enfermidades. Ainda no prólogo temos, "Esta matéria tem o propósito de ajudá-lo a enxergar aquilo que o nosso Deus tem reservado para que vivamos uma vida LIVRE de enfermidades, DESFRUTANDO do prazer de viver a vida abundante que ele já nos CONCEDEU em Cristo Jesus". (ênfase acrescentada). Por que coloco palavras em destaque? Porque observo como essa turma do Rhema sabe ludibriar as pessoas, levando-as a um caminho perigoso e pernicioso, no sentido de forçar a barra numa credulidade irrefletida. 

      Se ficar livre de enfermidade fosse algo tão simples assim, por que o "apóstolo" Bud Wright morreu doente? Inclusive há vídeos dele no youtube ensinando como ser curado (vide link, aqui, https://www.youtube.com/watch?v=8Ne36-h8m1c). Aí eu pergunto, é ou não é incongruência com a verdade em todos os sentidos? Eu queria saber como encontrar essa vida abundante que o Rhema Brasil tem ensinado. Ela é se configura inexistente pelo fato de pessoas que acreditam nisso, continuarem morrendo por causa de enfermidades.    

       O que causa arrepios é a citação do fundador do movimento da fé, chamado E. W. Kenyon, que diz: "É tão errado para um crente CARREGAR suas enfermidades quando Jesus já as carregou, quanto é errado para ele carregar os seus pecados quando ele já os carregou".  Quer dizer que as enfermidades são carregadas por pessoas, porque não conseguem se desvencilhar delas, apenas com uma simples ordem, ou quem sabe obediência a palavra? Isso não corrobora com os ensinamentos bíblicos. Jesus em nenhum momento atribuiu enfermidades como falta de fé, embora que em alguns momentos ele as curou, quando as pessoas partiam em sua direção numa atitude de fé, e.g., A mulher do fluxo de sangue em Lc.8.43, o cego de Jericó Lc.18.35ss. Mas daí dizer que ser curado basta apenas uma atitude de fé, é incompatível com outras passagens das escrituras.

      O próprio Jesus disse, consertando a ideia equivocada de pecado dos próprio discípulos, quando indagado pelos mesmos sobre a cegueira de um rapaz registrada em João 9, que nem ele e nem seus país pecaram, para que ele nascesse com tal anomalia.  Estaria Jesus usando de engodo para depois mudar de ideia? Claro que não! Em nenhum local das Escrituras vemos o diabo como agente direto das enfermidades, ou seja, não há como provar que toda enfermidade é oriunda do diabo, ou diretamente causada por algum tipo de pecado. Estou dizendo num sentido mais Stricto Sensu. O que o pecado de Adão nos legou, está além da nossa capacidade de compreensão, portanto, é falacioso atribuir algum tipo de enfermidade a ação direta de satanás ou pecado. Se assim fosse, como poderíamos defender o caso do próprio "apóstolo" do Verbo da Vida, que morreu por contrair diabetes e morreu depois de fazer várias seções de hemodiálises? Estaria ele com algum pecado? E se sim, por que ele mesmo não fez uso do que pregava, conforme o conteúdo do link, acima? 

        Na página 2 da apostila tem uma afirmação assim: "Além disso, (disso, no contexto, diz respeito a enfermidades como paradoxos ao que está registrado em Tg.1.17 e Pv.10.22) a Bíblia diz que a vontade de Deus é 'boa, agradável e perfeita', assim sendo, a  DOENÇA não poderia ser da vontade de Deus". Mais uma vez eu pergunto. Estaria o "apóstolo" Bud fora da vontade de Deus? Como podemos "tirar" Deus dessa furada, se tudo isso for verdade? É evidente a falta de coerência da turma do Rhema com as Escrituras, não é aceitável que pessoas sensatas não observem esses disparates cometidos por pessoas, que talvez na tentativa de ser espirituais, possam continuar enganando os incautos, com tanta desinformações escriturísticas. O que está registrado aqui, não é de minha invenção ideológica, ou uma tentativa desenfreada e descabida de debochar de tal curso bíblico, mas fatos documentados pela própria instituição que chegaram até mim. 

O que é mais sério ainda, é o texto que se encontra na oitava linha da página 2, sobre a defesa que eles, a galera do Rhema, faz sobre Satanás. Leiam e vejam se podemos aceitar essa aberração: "Satanás certamente nos odeia - (isso é fato) pois foi tomado de revolta e inveja pelo homem ocupar a posição a qual ele cobiçara. Nós somos EXATAMENTE o que ele quis ser e não pôde: "imagem e semelhança de Deus" (ênfase acrescentada). Gente, isso é bíblico? De onde podemos inferir essa ideia? 

         As aberrações não param, vão aprofundando de forma, quase que sem controle. Na página 3 parágrafo segundo, há uma das maiores aberrações que uma pessoa pode cometer em termos de heresias. Vejam só: "Ao pecar o homem morreu espiritualmente e foi destituído da glória que tinha na comunhão com Deus. Assim passou - pare e respire um pouco - a ter a natureza de Satanás em si, ou seja, passou a ser escravo do pecado e subjugado à sua carne e ao diabo". Eu preciso do meu Captopril agora, alguém pare a espaçonave no planeta terra! O homem depois do pecado passou a ter a natureza de Satanás? Como isso passou a ser uma realidade na vida do homem? Em que lugar vemos isso sendo explicitado de forma veemente nas Sagradas Escrituras? 

       Analisando o material em mãos, podemos fazer afirmações sinceras e honestas. Não é possível que um movimento como o Rhema Brasil possa está disseminando as suas mais terríveis heresias sob a nossa inteira leniência. É preciso um posicionamento arrojado contra essas aberrações que estão entrando na mente de muitas pessoas em vários lugares do Brasil, inclusive na minha amada Soledade. Venho trazer essas constatações a pedido, não tinha interesse de publicá-las aqui, mas como me foi feito o desafio, eu o assumi na tentativa de elucidar algumas questões como uma maneira de externar o meu parecer sobre tais ensinamentos. 

         Ainda não é o fim, estou lendo o material paralelo a outras coisa e assim que tiver um tempinho estarei refutando os demais erros teológicos do Rhema Brasil. 

to be continued

*AACO

   
    

quinta-feira, 3 de abril de 2014

0 Palavras que vem do latim - Professor Sérgio Nogueira

Palavras que vem do latim - Professor Sérgio Nogueira 

Para quem se interessa em querer aprender o desenvolvimento da nossa língua mather. 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

2 O CRISTÃO E A PROSPERIDADE

Tenho constatado que esse é um tema bastante controverso no seio da cristandade hodierna. Talvez o que tem gerado um entendimento, ou quem sabe, uma distorção desse tema, seja a malfadada Teologia da Prosperidade, doravante denominada de TP. 

A pergunta que precisamos discutir é, o que é prosperidade bíblica, e o que é prosperidade na TP? Vamos começar do começo, é claro! Prosperidade bíblica tem a ver com as bênçãos de Deus derramadas sobre a vida do seu povo no decorrer da sua relação com eles. Isso pode ser percebido em passagens como Dt. 15.4,5: "Entretanto, não haverá pobre algum no teu meio (pois o SENHOR certamente te abençoará na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá por herança para possuíres), desde que ouças com atenção a voz do SENHOR, teu Deus, cuidando para cumprir todo este mandamento que hoje te ordeno". Desde que se respeite o contexto que essa passagem se encontra, uma vez que o verso anterior explica claramente o que o final do verso 5 diz: "cuidando para cumprir todo este mandamento que hoje te ordeno", isso remete ao mandamento do versos 1- 3 que dizem: " No fim de cada sete anos, praticarás o perdão das dívidas. Procederás deste modo: todo credor perdoará o que tiver emprestado ao próximo; nada exigirá do seu próximo ou do seu irmão, pois é proclamado o perdão do SENHOR.  Poderás exigi-lo do estrangeiro, mas tu* perdoarás o que te pertencer e estiver em poder do teu irmão". A prosperidade em tela aqui, está claramente atrelado a duas coisas. Primeiro, é uma prosperidade restrita a terra prometida e ao povo de Deus, desde que eles sejam cumpridores das suas obrigações com os necessitados, pois Dt.15.7,8, fala de forma elucidativa sobre isso: " Quando algum de teus irmãos for pobre, em qualquer das cidades na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá, não endurecerás o coração, nem fecharás a mão para teu irmão pobre; pelo contrário, abrirás a mão para ele e certamente lhe emprestarás o que ele precisa, o suficiente para a sua necessidade. Cuidado para que não tenhas pensamento mau no coração e venhas a dizer: Está se aproximando o sétimo ano, o ano do perdão; que o teu olhar não seja maligno para com teu irmão pobre, fazendo com que não lhe dês nada; e ele clame contra ti ao SENHOR, e haja pecado em ti".  Talvez temos aqui uma resposta bem interessante ao verso 25 do salmo 37, "Já fui moço, e agora estou velho; mas nunca vi o justo desamparado, nem seus descendentes a mendigar o pão". Se aceitarmos esse princípio como válido para melhor entendermos o verso 25 do salmo 37, as nossas frustrações serão bem menos causticante, uma vez que há muitos cristãos sinceros, piedosos e tementes a Deus padecendo necessidades extremas. 

 Partindo para os ensinamentos do Novo Testamento, não vemos esse tema sendo trabalhado em profusão, como o temos no Antigo Testamento. Mas algumas passagens são importantes para clarificar o tema. O texto mais emblemático é o de Jesus com o jovem rico relatado pelos evangelhos sinóticos. Em Lc.18.22,23, temos a seguinte mensagem: "[...]  Vende tudo quanto tens, reparte com os pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. Mas, ouvindo isso, ele ficou muito triste, porque era muito rico". Somos informados pelo final do verso 23, que foi o apego as riquezas que fez com que o jovem saísse triste. Será que é a partir daí que temos que nos preocupar, que nem sempre riqueza financeira é sinônimo de bênção de Deus, principalmente quando elas são colocadas acima de Deus e do próximo? 
Não quero ser radical ao ponto de dizer que as pessoas por serem ricas financeiramente não vão para o céu, assim como as que são pobres, e principalmente, as que vivem em estado de vulnerabilidade social, herdarão o Reino de Deus. Apenas alerto para o perigo de se fazer associações indevidas com a palavra de Deus! 
Deus pode, e eu acredito que Ele quer isso para os seus filhos, nos fazer pessoas prósperas em muitas áreas da nossa vida. Até porque o seu desejo como vimos em Dt.15.7 é " Entretanto, não haverá pobre algum no teu meio [...]", passagem corroborada pelo profeta Isaías em 1.19, "Se estiverdes prontos a ouvir, comereis o melhor desta terra;", sempre devemos colocar esses textos no campo da aliança da terra prometida, mas que se torna um princípio válido e aplicavél para todas as eras, é o que eu entendo. Desde que as minhas posses, como bênçãos de Deus, sejam compartilhadas com os que tem necessidade! Será que isso é algo recorrente na igreja hoje em dia?

No outro extremo, temos a TP com a sua lamentável postura diante desse tema. Quando analisamos a prosperidade bíblica, frente ao que a TP faz, vemos muitas incongruências com a palavra de Deus. Só para termos uma ideia, há um livro de Edir Macedo intitulado "Aliança com Deus", só o título é bem instigador. Nas páginas 16,17 ele faz uma explanação na tentativa de explicar a atitude desprendida da viúva pobre de Mc.12.44. Assim ele explica a atitude dessa viúva: "[...] Se ela estava dando o seu tudo, é porque, certamente, tinha fé de que o Senhor iria lhe DEVOLVER multiplicado! [...] A viúva revelou a Deus a sua fé, porque se ela não tivesse a certeza de que Aquele a quem estava dando o seu tudo era suficientemente poderoso para suprir todas as suas necessidades, não teria dado nada. Muito pelo contrário, teria pedido!"(ênfase acrescentada). Uau, que interpretação! Por que esse tipo de atitude diante do texto é corroborada por muitos hoje em dia? Talvez, me arrisco a dizer, por causa da vontade de que Deus preencha obrigatoriamente os anseios egoístas dos ofertantes, que ofertam achando que Deus é obrigado a MULTIPLICAR o que eles colocaram no atar. Essa é uma prática que certamente Deus não exige de nós hoje, até porque, Jesus não usou isso como cavalo de batalha para granjear riquezas para si, nem muitos menos fomentar essa prática na vida de ninguém.  

Quero encerrar essa questão aqui, fazendo uso das palavras de Craig Blomberg, registradas no seu livro "Nem Pobreza, Nem Riqueza", que nos ensina como devemos portar diante das bênçãos financeiras que Deus, porventura, venha nos conferir, e sobretudo, no que concerne o perigo de o dinheiro ocupar o nosso coração: "[...] Em nenhum caso, o dinheiro para o ministério - ou a expectativa de remuneração razoável - é condenado. Porém, quando o desejo de recompensa material torna-se uma aliança que pode ser descrita como "amor", passa a ser vergonhoso e causa desgraça" (Nem Pobreza, Nem Riqueza, Ed. Esperança, p.207).  
Não é pecado possuir uma bela mansão, um carro de luxo, conta bancária polpuda e etc, mas se essas coisas ocupam o seu coração e é um alvo que você acha que Deus é obrigado a dar, mediante a sua atitude de ofertante, comece a refletir para ver se você não está sendo levado pela sua viu concupiscência da vida.   
Que Deus nos ajude a fugir das preocupações exacerbadas com as riquezas, ou seja, ao vil metal precioso, pois fazendo assim alguns, como diz o apóstolo Paulo, "e por causa dessa cobiça alguns se desviaram da fé e se torturaram com muitas dores", 1Tm.6.10b.
*AACO

     

sexta-feira, 28 de março de 2014

0 JESUS, O AMOR VERDADEIRO

PREGAÇÃO EM SOLEDADE DIA 23/03/2014 
Texto: Jo.13.1-17 
Int.: “O Evangelho de João tem como finalidade mostrar a divindade de Cristo de forma bastante acentuada. Como diz o comentarista Moody “  Simples na linguagem e estrutura, este livro é, não obstante, uma exposição profunda da pessoa de Cristo colocada em cenário histórico [...]”. E quanto a sua mensagem diz ainda o mesmo comentarista “[...] Tem uma mensagem para o discípulo humilde do Senhor e também para o mais adiantado teólogo”. Quanto ao proposito o próprio livro deixa uma pista bastante elucidativa no capítulo 20.31,32, como diz Moody: “João 20:30, 31 declara construtivamente que foi escrito com a esperança de se criar nos leitores a convicção de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, para que a vida viesse através da fé nEle”
TEMA: "Jesus, o amor que mostra a diferença”
Quais características em Jesus o qualifica como o amor que mostra diferença?
Vejamos alguns pontos nessa passagem que revelam o quanto Jesus é o amor que mostra a diferença .
I – O seu amor tem duração final e objetiva, v 1
a)   O amor de Cristo foi demonstrado de forma definitiva, cf. Jo. 15.13
b)   O amor de Cristo foi demonstrado por pessoas inúteis como nós, cf. Jo. 7.5; 15.13.
c)   O amor de Cristo foi sacrificial, v 1 “Amou-os até o fim”.  O termo telos aqui remete a ideia de amar até o limite mais insuportável, até a morte. Cf. Jo. 17.23 “eu neles, e tu em mim, para que eles sejam levados à plena unidade, a fim de que o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, assim como me amaste”.
II – O SEU AMOR É ALGO PRÁTICO, VV 2-12
a)   Cristo sabia perfeitamente quem ele era e os que o cercavam, v v 2,3. A diferença do amor de Cristo é justamente porque ele amou aqueles que não mereciam o seu amor. Graças a Deus que o seu amor independia do nosso amor por ele, v 2, cf. Jo.15.9; Ef.2.8; 1ª Jo. 4.19
b)   Consciente da sua missão Cristo parte para o exercício do amor, vv 3-5. Cristo não era equivocado quanto o que esperava da sua missão, cf. 3.13,14.
c)   Ter parte no amor de Cristo é ter a convicção de vida eterna, vv 6-11, cf. Jo.3.18, “Quem nele crê não é condenado; mas quem não crê, já está condenado, pois não crê no nome do Filho unigênito de Deus”. É impossível querer a salvação longe do amor de Cristo, pois nele Deus demonstrou a prova do seu infinito amor, cf. Rm. 5.6-8, "Ora, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios no tempo adequado. Porque dificilmente haverá quem morra por um justo; pois talvez alguém até use morrer por quem faz o bem. Mas Deus prova o seu amor para conosco ao ter Cristo morrido por nós quando ainda éramos pecadores".
III – O AMOR DE CRISTO NOS LEGA O EXEMPLO A SER SEGUIDO, VV 12-17.
a)   Após a demonstração de humildade, Cristo aplica-a aos seus discípulos, v 12. O silêncio dos discípulos parece que nos dá a entender que eles não entenderam o exemplo de Cristo. Cristão sem referência não é cristão autêntico.
b)   A atitude de Cristo tinha como objetivo refrear o desejo de poder por parte dos discípulos, vv 13-15, Lucas diz que eles estavam discutindo quem era o maior, cf. 22.24, e também cf. Mt.20.20, temos a mãe de dois deles fazendo um pedido inusitado a Cristo: "Então, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se dele com seus filhos, prostrando-se e fazendo-lhe um pedido. Jesus lhe perguntou: Que queres? Ela lhe respondeu: Concede que no teu reino estes meus dois filhos se sentem, um à tua direita, e outro à tua esquerda".
c)   Cristo como exemplo, os discípulos como peças do seu testemunho, vv 16-18. Os discípulos deviam conceber a ideia de que Cristo como Senhor deu o exemplo, eles como agentes responsáveis de reproduzir o exemplo do Mestre.  Tiago diz em 1.22ss que: "Sede praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando a vós mesmos. Pois, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, é semelhante a um homem que contempla o próprio rosto no espelho; porque ele se contempla, vai embora e logo se esquece de como era. Entretanto, aquele que atenta bem para a lei perfeita, a lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas praticante zeloso, será abençoado no que fizer. Se alguém se considera religioso e não refreia sua língua, engana seu coração, e sua religião é inútil".   
Conclusão:
Não existe prova de amor maior do que a que Deus nos deu, tem até um hino cristão que diz: “Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão, eis que eu vos dou o meu novo mandamento: ‘amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado’ vós sereis os meus amigos se seguirdes meu preceito: ‘amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado’”. Portanto, se queremos ser cristãos como sal e luz, o mundo está a nossa espera para brilhar com a glória de Cristo.

0 É PECADO TOCAR NO UNGIDO DO SENHOR?

Não é muito incomum ouvirmos dos crentes, ou até mesmo, pastores para se tornarem imunes, ou quem sabe, vitalício no poder a seguinte expressão,  quando se precisa cobrar alguma prestação de contas de um pastor, ou qualquer pessoa que exerce algum tipo de autoridade eclesiástica: "A Bíblia diz que não devemos tocar no ungido do Senhor" ou então "Deixa ele com Deus, ele pode até está nos enganando, mas vai prestar contas com Deus". É ou não e assim? Lamentavelmente estamos vivenciando o analfabetismo bíblico no seio da cristandade hodierna. Vamos analisar algumas passagens que pode nos ensinar sobre o assunto. Quero começar com o caso, talvez o mais recomendado pelos defensores dessa prática, que é o episódio envolvendo Davi e Saul. Vamos ao texto de I Samuel 24.6: " E disse aos que o seguiam: O SENHOR me guarde de fazer tal coisa ao meu senhor, ao ungido do SENHOR, estender a mão contra ele. Ele é o ungido do SENHOR". Pronto, temos a prova bíblica de que não podemos tocar naqueles que Deus levanta. Outra passagem bastante alusiva a isso é o Sl.115.15: "Não toqueis nos meus ungidos e não maltrateis meus profetas". Mas uma vez, agora com um argumento hermenêutico bastante forte, passagens das Escrituras que se relacionam entre si, defendendo o mesmo princípio. Partindo para a mensagem neotestamentária temos Hb. 13.7,17: "Lembrai-vos dos vossos líderes, que vos pregaram a palavra de Deus; observando-lhes atentamente o resultado da vida, imitai-lhes a fé.  Obedecei a vossos líderes, sendo-lhes submissos, pois eles estão cuidando de vós, como quem há de prestar contas; para que o façam com alegria e não gemendo, pois isso não vos seria útil". Pronto, agora podemos fincar barreira e dizer, é sim pecado tocar nos ungidos do Senhor. Eu afirmo com toda certeza que a coisa não deve jamais ser trilhada nesse viés. Senão, vejamos o que os próprios textos ensinam. O texto de Samuel não pode servir de base para tal ponto de vista, uma vez que o próprio Davi, teve a audácia de cortar parte da orla do manto de Saul, "[...] Então Davi se levantou e, em silêncio, cortou a ponta do manto de Saul" (1Sm. 24.4). Embora depois ele tenha ficado com remorso. O comentário de Wiersbe comenta esse sentimento de Davi da seguinte maneira: "O coração de Davi estava tão sensível que ele se arrependeu abertamente do impulso que o fizera cortar o manto de Saul, pois não demonstrara o respeito adequado ao ungido do Senhor". Mas mesmo assim, a peça que ele havia cortado, foi usada como testemunho de que a vida do seu senhor esteve em suas mãos, mas ele não fez nada que viesse tirar-lhe a vida: "Os teus olhos acabam de ver que o SENHOR hoje te entregou nas minhas mãos nesta caverna; e alguns disseram que eu te matasse, mas a minha mão te poupou; pois eu disse: Não estenderei a mão contra o meu senhor, porque é o ungido do SENHOR. Olha, meu pai. Vê aqui a ponta do teu manto na minha mão, pois eu cortei a ponta do manto, em vez de te matar. Reconhece e vê que não cometi nenhum mal nem transgressão alguma; eu não pequei contra ti, embora andes à minha caça para me tirares a vida. O SENHOR julgue entre nós dois, e o SENHOR me vingue de ti; porém a minha mão não será contra ti", (1Sm.24.10-12). Se atentarmos bem para o texto, vemos que nessa passagem, o que podemos inferir, é tocar no sentido de tirar a vida, e não no sentido de se questionar atitudes erradas. Pois o mesmo Davi disse: "Depois Davi também se levantou e, saindo da caverna, gritou por trás de Saul: Ó rei, meu senhor! Quando Saul olhou para trás, Davi se inclinou com o rosto em terra e lhe fez reverência. Então Davi disse a Saul: Por que dás atenção aos homens que dizem: Davi procura fazer-te mal?", (1Sm.24.8,9, ênfase acrescenta). Atentemos para o que Davi diz, "Por que dás atenção aos homens que dizem: Davi procura fazer-te mal?", será que não temos um princípio de correção aqui? Mas vamos para o próximo texto, Sl.105.15. Diz-nos o texto: "Não toqueis nos meus ungidos e não maltrateis meus profetas", (ênfase acrescentada). Antes de prosseguirmos precisamos responder a pergunta crucial, quem são os ungidos nessa passagem? 
Entender essa pequena questão é crucial para interpretar o verso 15. Se atentarmos para o contexto do próprio salmo, podemos depreender que o termo ungidos paralelo a profetas, tem possivelmente o propósito de indicar os líderes de Israel, e.g., reis, profetas e sacerdotes. E mais uma vez, tocar diz respeito a matar, negar ajuda quando o seu povo está em necessidade. Um caso marcante na peregrinação de Israel, foi quando eles estavam caminhando pelo deserto e os amalequitas os atacaram em Refidim, cf. Êx.178ss, Deus cobrou essa afronta de Amaleque, e por isso prometeu apagar a sua memória de debaixo da terra, v. 14. E por que Deus fez isso? Justamente porque Amaleque atentou contra  vida do seu povo, e não meramente contra um Ungidão qualquer! A identificação de Deus com o seu povo é bem nítida, "Andarei no meio de vós e serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo". (Lv. 26.12, ênfase acrescentada). A história nos ensina que nunca foi um bom negócio lutar contra o povo de Deus!

Para concluir, vamos analisar as passagens de Hebreus. Embora seja difícil determinar autoria, destinatário entre outras coisas, a passagem de Hebreus 13,7,17 diz: "Lembrai-vos dos vossos dirigentes, que vos anunciaram a palavra de Deus. Considerai como terminou a vida deles, e imitai-lhes a fé. Obedecei aos vossos dirigentes, e sede-lhes dóceis; porque velam pessoalmente sobre as vossas almas, e disso prestarão contas. Assim poderão fazê-lo com alegria e não gemendo, o que não vos seria vantajoso" (BJ ênfase acrescentada). O ponto é, há alguma insinuação de obediência a qualquer preço nesses versos? O verso 7 diz que, "imitai-lhes a fé", isso não quer dizer que tudo o que o pastor ou líder venha a fazer deve ser obedecido, o princípio é que, desde que esteja em conformidade com as Escrituras. Diz-nos o comentário Moody: "Na Igreja, especialmente, todas as graças cristãs deveriam ser encontradas. Lembrem-se do exemplo, diz o autor, daqueles que foram os primeiros a lhes ensinar a verdade cristã. Eles eram notados pela apresentação de uma mensagem verdadeira e um exemplo piedoso. Eles falavam a palavra de Deus e viviam vidas santas até o fim de suas vidas na terra". É esse estilo de liderança que deve ser obedecida, até porque o próximo exemplo que o autor vai chamar para corroborar a sua advertência é o próprio exemplo do mestre, v 8, "Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje; ele o será para a eternidade!". O Comentário NVI vai mais além quando diz: "O autor também dá aos leitores conselhos acerca do bem-estar da Igreja. Ao relembrar a vida de fé dos seus líderes e a maneira em que eles morreram, i.e., o  resultado da vida que tiveram (gr. ekbasis), serão estimulados a imitá-los (v. 7). A Chave Linguística do Novo Testamente diz que "ekbasis" "pode significar 'O fim da vida de uma pessoa' ou, mais provavelmente, "o resultado efetivo de sua vida'". Portanto, não se constitui pecado, quando um determinado líder comente algo passível de correção e a igreja, com mansidão e sabedoria, o chama para que ele receba as devidas advertências necessárias. Outra coisa, não existe pessoa nesse mundo que goze da prerrogativa da inerrância em suas ações. Diz Provérbio 3.35 "A honra é a herança dos sábios, mas os insensatos herdam a ignomínia!". (BJ). 

ATT. Pr. Ângelo André Couto de Oliveira.    


 
  

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