Hoje quero me debruçar sobre um assunto que tem chamado a atenção de todos os cristãos comprometidos com as Sagradas Escrituras, a Fé e o Comércio. Alguém já disse certa vez que, "Jesus no comércio da fé, não passa de um produto vendido a prestação". O que preocupa, e muito, é que parece que essa expressão tem sido bastante relevante em muito guetos denominados "evangélicos".
Qual a relação então entre Fé e Dinheiro? Vou procurar ser conciso nessa resposta. A Bíblia, diferentemente do que Silas Malafaia certa vez afirmou, de que ela fala mais em dinheiro do que qualquer outra coisa, num programa de auditório, para ser mais preciso no The Noite apresentado pelo Danilo Gentili, veja nesse link: https://www.youtube.com/watch?v=TTm7tFNarF8, fala sim sobre dinheiro, mas não é o que mais ela fala. Qual a posição das Escrituras sobre essa área tão difícil de lidar? O ex-Arcebispo da Paraíba Dom Aldo Pagoto, disse certa vez que "o bolso é a parte mais sensível do ser humano". Vamos direto ao assunto e parar de tergiversar. Em Deuteronômio 15, há uma das mais impactantes orientações sobre recursos financeiros. A orientação de Deus era bem clara, não deveria haver pobre na terra. Israel estava indo para Canaã e lá tinha que conquistar a terra, só que a pobreza sempre ia acompanhar até mesmo o povo da aliança. Mas o que fazer para que a pobreza fosse extirpada do meio do povo? Diz os versos 4 a 11:
"O SENHOR, nosso Deus, os abençoará ricamente na terra que lhes vai dar. Portanto, não haverá nenhum israelita pobre, se todos derem atenção ao que o SENHOR ordena e obedecerem a todos os mandamentos que hoje eu estou dando a vocês.
Conforme prometeu, o SENHOR Deus os abençoará: vocês emprestarão a muitos povos, mas não tomarão emprestado de ninguém; terão domínio sobre muitos povos, mas não serão dominados por ninguém.
Se houver um israelita pobre em qualquer cidade da terra que o SENHOR, nosso Deus, vai dar a vocês, tenham pena dele e o ajudem. Sejam generosos e emprestem todo o dinheiro que ele precisar.
Se isso acontecer quando estiver perto o sétimo ano, o ano em que as dívidas são perdoadas, talvez você pense em não ajudar o necessitado. Afaste esse mau pensamento e ajude o seu patrício israelita; se não, ele gritará a Deus contra você, e você será culpado de pecado.
Não dê com tristeza no coração, mas seja generoso com ele; assim o SENHOR, nosso Deus, abençoará tudo o que você planejar e tudo o que fizer.
Sempre haverá pobres e necessitados no meio do povo, e por isso eu ordeno que vocês sejam generosos com todos eles." (Enfase acrescentada).
O que dizer então de não haver pobre na terra, quando na verdade vai haver? É interessante como Deus se antecipa a um acontecimento. A única regra para não haver pobre na terra, é justamente a liberalidade de os irmãos se ajudarem. O Verso onze é enfático "Sempre haverá pobres e necessitados no meio do povo, e por isso eu ordeno que vocês sejam generosos com todos eles." Ou seja, para que a pobreza fosse evitada, os que dispunham de recursos deveriam ser generosos com o próximo carente. Já dizia Davi no Salmo 37.25 "Fui moço e agora sou velho, mas nunca vi um homem bom abandonado por Deus e nunca vi os seus filhos mendigando comida." Oxalá tivéssemos mais liberalidade no doar aquele que necessita!
Mas o que isso tem a ver com Fé e Comércio? Alguém pode perguntar. Já dei voltas demais sobre a questão, prometo ir direto ao ponto agora. Hoje há, de forma indiscriminada, "pastores" - uso esse termo entre aspas de propósito, pois não os acho pastores no sentido bíblico - que fazem uso de textos bíblicos para fundamentar as mais absurdas idiossincrasias na área financeira. É pastor que vende vassoura ungida, outros que mandam as pessoas deixarem as chaves e os documentos do carros para a igreja, outros que passam camisa com o sangue do após-tolo com poder de curar, etc. é como se fosse algo apotropeico, basta fazer isso, que tudo o que atrapalha vai ser eliminado.
Enquanto a criatividade desses mercenários não para, eles se locupletam de forma absurda, onde vemos esses mesmo andando de jatinho, com segurança particular, uns até com autorização para matar se for necessário, pois são gente bem preparadas no que fazem!, fazendas, carros de luxo, mansões, etc. E o povo sofrido sendo enganado por esses falsários da palavra de Deus. Mas será que os culpados são os falsos pregadores ou a sanha do povo em negociar com Deus também não merece atenção? Sinceramente, fico absorto nesse mar que navega a fé e o comércio, pois a liga que os une é muito mais forte do que imaginamos. Como as pessoas se deixam levar por tanta falta de respaldo Bíblico?
Que haja tempo para as pessoas abrirem os olhos e entenderem que fé e comércio não é uma boa combinação. Pois nessa relação, só um lado ganha, nesse caso, o lado mais bem preparado para enganar.
Provérbios 3.9-10
"Adore a Deus, oferecendo-lhe o que a sua terra produz de melhor.
Faça isso, e os seus depósitos ficarão cheios de cereais, e você terá tanto vinho, que não será capaz de armazenar."
Desde que o dinheiro que você dê na igreja seja para ajudar os que mais precisam, e mais, que aja a relação binária, quais são? Voluntariedade por parte de quem doa, sem coação, imposição, etc. e Transparência por parte de quem recebe, expondo relatórios claros das finanças, para que os que contribuem saiba para onde a sua contribuição está indo. Omissão nessa clareza das finanças recebidas pela igreja, é sinal de preocupação, pelo menos deveria ser. Já somos atoleimado pelo Estado Brasileiro, que nos joga impostos escorchantes e não nos devolve a clareza que tanto necessitamos.
Estou encerrando esse texto ouvindo a música "Ainda Bem" de Marisa Monte. Ainda bem!
A desigualdade social é a gritante evidência que nossa autonomia, no que diz respeito em governar o mundo, carece muito mais que ajustes. Mas essa é a proposta no qual deixamos enganar, que o mundo está evoluindo não só geneticamente, mas também em conscientização. Uma horrenda mentira, financiada pelo nosso apreço por esse sistema. A polaridade da renda é nossa cria, nosso mais sonoro grito: Deus! Eu não quero o Seu Reino!
ResponderExcluirO comércio da Fé é nossa tentativa de usurpar de Deus a patente da Graça, é a versão da Graça pirata, que nutre a fonte das volições do homem caído, seu ego.
Bem colocado irmão. Que Deus nos livre dessa sanha miserável.
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