quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

11 HERESIA DA VASSOURA UNGIDA


       
Pois é amigos, estamos vivendo dias difíceis para a cristandade hodierna. Toda heresia, infelizmente, emana de um texto bíblico mal interpretado. No caso do vídeo em tela não é diferente. A falta de pudor dos vendilhões é de causar náusea em qualquer pessoa preocupada com a exposição do texto bíblico.  Para entendermos o que se passa na cena do texto arrolado, que fundamenta
tal heresia, nos valemos do apoio de Stanley Horton, no seu comentário de Isaías.
Sobre o verso 23, diz Horton: A destruição da Babilônia será tal que só animais inferiores habitarão nela. O agente de Deus para torná-la "lagoas de águas" (ou pantanal) e varrer a cidade com a rígida "vassoura de perdição" seria Senaqueribe. Ele a arrasou em 689 a.C. e cavou trincheiras a partir do rio para inundar a cidade e transformá-la em um pântano. (Horton, 2002, p.172).

         A falta de uma simples análise pode botar o texto a perder! Mas quem disse que os hereges têm interesse em analisar o texto hermeneuticamente? Quando os interesses pessoais estão acima da verdade, a verdade sempre será distorcida!

95 REFUTANDO ALGUMAS HERESIAS DO RHEMA BRASIL

O presente texto visa apontar doutrinas difundidas em vários seguimentos tidos como “evangélicos”, que causam embaraço na mente dos incautos, que por falta de interesse, ou por não saber refutá-los, aceitam como verdades inconfundíveis.

Eis um, dos vários ensinamentos que vamos apresentar seguidamente, que se não for entendido de forma correta, pode causar frustração e até revolta contra Deus e sua palavra.

Há um seminário bem conhecido no Brasil, O RHEMA Brasil, que tem ensinado várias disciplinas, dentre as quais me deterei na seguinte: “CRISTO AQUELE QUE CURA”. Nada contra o tema, pois cremos que Jesus continua operando em nossas vidas e também através de nossas vidas. O problema está na forma como tal ensinamento é apresentado. O professor dessa disciplina, não obstante, tenha morrido de uma séria enfermidade, mesmo assim ensinava a seguinte “verdade” para os estudantes da referida escola de teologia:

Está matéria tem o propósito de ajudá-lo a enxergar aquilo que o nosso Deus tem reservado para que vivamos uma vida LIVRE (sic) de enfermidades, desfrutando do prazer de viver a vida abundante que ele já nos concedeu em Cristo Jesus.


Pois é, e ainda tem a tese, defendida pelo autor da famigerada teologia da confissão positiva, E. W. Kenyon, que Hank Hanegraaff o chama de pai do moderno movimento da fé. “É tão errado para um crente carregar suas enfermidades quando Jesus já as carregou, quanto é errado para ele carregar os seus pecados quando Cristo já os carregou”, (E. W. Kenyon).


Vejam bem o quanto é danosa essa afirmação. Ninguém carrega enfermidade em sua vida porque quer. Se olharmos a luz das Escrituras vemos que muitas pessoas foram curadas segundo a sua fé em Jesus. Mas isso não implica que todos têm o direito de determinar a cura em sua vida, ou na vida de algum parente para consegui-la conforme a sua fé.


Vejamos alguns exemplos de pessoas que foram curadas no ministério de Jesus.


Lucas 8.40-56. Narra dois impressionantes milagres no ministério do Mestre. Um foi a cura da mulher do fluxo de sangue, que a doze anos vinha sofrendo com esse mal, VV. 40-48. E o outro a ressurreição da filha de Jairo, VV 49-56.


É importante ressaltarmos que nos dois casos em apreço, há suas peculiaridades. A mulher foi curada por causa da sua fé, já no caso da filha de Jairo, ele é consolado por Jesus para que apenas creia que a situação seria normalizada. Até aí podemos dizer que os milagres foram reais. Pois o texto bíblico não deixa dúvida quanto a isso.


Porém, vale salientar que não foi por causa apenas da fé de ambos que o milagre aconteceu, mas sim, por causa da graça de Cristo em curar as pessoas no seu ministério, bem como essa seria uma prerrogativa do messias prometido. Se analisarmos o texto de Deuteronômio 18.18, o profeta prometido devia ser tal qual foi o grande Moisés, mas com prerrogativas acima das de Moisés, cf. Mt.16.16.


Se a fé fosse uma prerrogativa infalível para obtermos a cura quando determinamos, enfrentamos sérios problemas na vida. Jesus falando acerca dos galileus que foram mortos por Pilatos, pois muitos pensavam que isso aconteceu porque os massacrados eram pecadores e dignos de morte mesmo. Só que Jesus desfaz essa crença ao afirmar: “ [...] Pensais que esses galileus, por terem sofrido essas coisas, eram mais pecadores que os outros? Eu vos digo que não; antes, se não vos arrependerdes, todos vós também perecereis”, (Lc.13.2,3). Ou seja, a desgraça acompanha a humanidade, independente se a pessoa tem fé ou não. Falarei mais sobre isso depois. E o que dizer dos dez que foram curados e só um voltou, que era justamente samaritano, glorificando a Deus? (Lc.17.11-19). Nesse caso o pedido de ambos era um só: “e gritaram: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” v 16. Observem que o pedido era por compaixão, e não porque eles estavam determinando.

Se formos sinceros, veremos que a vida cristã não é tão triunfalista quanto muitos tentam passar para as pessoas, que não têm interesse em perscrutar nas Escrituras tais ensinamentos.

E o que dizer das pessoas fiéis a Deus, que mesmo assim sofrem por tragédias, enfermidades incuráveis e tantos outros males que a vida apresenta? Estariam essas pessoas condenadas a sofrer por falta de fé, ou porque não sabem determinar a cura em suas vidas, ou devemos aceitar os propósitos de Deus, mesmo que eles nos sejam desconhecidos e não tão satisfatórios momentaneamente?

O que não podemos, é aceitar ensinamentos que visam tumultuar a fé das pessoas. Há dois textos que o RHEMA faz uso para confundir a mente dos seus alunos. Citarei ambos e os comentários dados pelo referido curso.

(Tiago 1.17) – TODA BOA DÁDIVA E TODO DOM PERFEITO são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sobra de mudança.

(Provérbios 10.22) – A Bênção do SENHOR enriquece, e, com ela, ele não traz desgosto.

Agora veja o comentário que o curso apresenta:

A enfermidade e a doença não podem ser enquadradas no padrão estabelecido pela Bíblia para que o que procede de Deus, pois ninguém poderia afirmar que uma doença ou enfermidade é uma “boa dádiva”, um “dom perfeito” ou uma “bênção que não traz desgosto. Além disso, a Bíblia diz que a vontade de Deus é “boa, agradável e perfeita”, assim sendo, a doença não poderia ser da vontade de Deus.


Estaria os professores dessa escola teológica agindo corretamente? Acredito que não, e passarei os motivos.

O texto de provérbios não fala de forma alguma que doença não provém de Deus. O comentário Beacon apresenta alguns pontos que nos servem de norte para entendermos o que o autor quis externar nesse capítulo. Ele assim diz: “As palavras justiça v 2 e justo, v 3, tão proeminentes neste capítulo, são palavras-chave em provérbios”. E acrescenta “O homem justo é orientado pela sabedoria , v 13, e a sua fala é disciplinada, v 14. Ele continua apto a ser ensinado, v 17. A sua fala é digna de ser ouvida, v 20. As suas palavras são bênçãos para os outros, v 21. A sua fortuna consiste nas riquezas superiores que somente Deus pode dar, v 22. (Comentário Bíblico Beacon, CPAD, p.382).Onde encontramos alguma descrição de doença no referido texto, para fundamentarmos a cura? Portanto, não podemos amparar a ausência de enfermidade alegando uma bênção de Deus, sendo assim, muitos ímpios vivem mais saudável do que muitos crentes fiéis, cf. Sl.73.1-13! Como também não podemos alegar a presença de algum mal físico como um castigo dEle, cf. Jó.1.

Quanto a Tiago 1.17, temos um texto emblemático, pois o mesmo fala de alguns princípios, como suportar provação, VV 2-4, falta de fé, VV 5-8, o perigo da soberba VV 9-11, Deus não tenta ninguém, VV 12-15, e por fim, a origem das boas dádivas, ou seja, no próprio texto não temos referência a questão das enfermidades.

Se não analisarmos o texto nessa perspectiva, teremos que apontar sérios distúrbios em personagens como Elias e Davi. Vejamos o que esses dois homens passaram em suas vidas.

Comecemos por Elias, esse grande profeta de Israel, que foi acometido de um mal comum a nossa sociedade, talvez uma terrível depressão, pois em 1ªRs.19.4, lemos: “Mas ele(Elias) entrou pelo deserto, caminho de um dia, sentou-se debaixo de um arbusto e pediu a morte, dizendo: Já BASTA, ó Senhor. Toma agora a minha vida, pois não sou melhor que meus pais” (ênfase acrescentada). Um profeta de Deus optando pela morte, quanta incongruência!

E o maior rei humano de Israel, Davi? No salmo 32.3,4, lemos: “Enquanto eu me calei, meus ossos se consumiam de tanto gemer o dia todo. Porque tua mão pesava sobre mim de dia e de noite; meu vigor se esgotou como no calor da seca”. Vejamos o que o comentário Beacon diz sobre essa passagem: “[...] é possível que a condição descrita nesses versículos tenha sido de uma enfermidade física séria, possivelmente uma febre intensa. (Comentário Bíblico Beacon. CPAD, p.169). E segundo o verso 4, quem estava com sua mão pensando sobre a sua vida?


Concluo esta parte, certo de que Deus é soberano em todas as coisas, mesmo quando a vida nos surpreende com tragédias e coisas que não estamos acostumados. Se orarmos conforme Cristo ensinou aos seus discípulos em Mt.6.9-13, teremos uma compreensão bem abalizada da vontade soberana de Deus para as nossas vidas. Agora, se sorvermos o que alguns televangelistas pregam, dizendo: “Não precisamos mais sofrer. É por isso que temos de assumir o que nos pertence, pondo o poder de Deus em ação. Amado, assuma a posição de herdeiro do Senhor Jesus, tome posse do que é seu! Não jogue fora essa oportunidade” (Soares em 12 Mensagens que funcionam. Ed. Graça. Rio de Janeiro,2007, p.47), teremos sérias dificuldades de assimilarmos a soberania do Rei desse Universo. Deus é soberano em todas as coisas, e não naquilo que satisfaz o nosso ego.

No próximo texto falaremos mais sobre cura e finanças.


ATT. Pr. Ângelo André Couto de Oliveira.

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