segunda-feira, 5 de agosto de 2013

0 RELIGIÃO E POLÍTICA. (COMO ENVOLVER DEUS NESSE NEGÓCIO)

Muitas vezes ouvimos as pessoas discutindo a seguinte expressão: "Política é coisa do diabo e o cristão, se for fiel a Deus, não deve se envolver" e também, "Deus não se envolve em política". De posse desse assunto precisamos esclarecer alguns pontos que cercam esse debate cotidiano. 
O apóstolo Paulo escrevendo a sua carta aos romanos no capítulo treze dos versos um a oito diz:
13.1   Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.
13.2   De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.
13.3   Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela,
13.4   visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal.
13.5   É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência.
13.6   Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço.
13.7   Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra.
13.8   A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.
Comentando o que porventura possa ser essas "autoridades governamentais" (NVI) de Romanos 13.1, John Stott defende que "refere-se ao estado, juntamente com seus representantes oficiais". [A Mensagem de Romanos, pp. 410,411]. Portanto, é afirmado na própria palavra de Deus que o crente cristão vive debaixo dessa autoridade constituída pelo próprio Deus. 
O assunto envolvendo "Igreja e Estado", faz parte da história a muito tempo. John Stott comentando sobre isso diz o seguinte: "[...] quatro modelos principais já foram tentados: 'o erastianismo (o estado controla a igreja), a teocracia (a igreja controla o estado, o constantinismo (o compromisso pelo qual se estabelece que o estado favorece a igreja e esta se acomoda ao estado a fim de garantir seus favores) e a parceria (igreja e estado reconhecem e incentivam um ao outro nas distintas responsabilidades dadas por Deus, em espírito de colaboração construtiva)'. [idem].  
O que não podemos deixar de frisar é que embora deva haver um relacionamento entre a igreja e estado, é preciso entender que ambos tem papeis diferentes na sociedade. A igreja como pregadora do evangelho e agente de transformação social e politica também, por que não?,e o estado promotor dos direitos de todos, promotor no sentido de assegurar os direitos que cada ente seu possui. Embora isso não seja uma realidade no nosso Brasil. Ora a igreja querendo se envolver nos assuntos que pertencem ao estado, ora o estado querendo se envolver no que tange o papel da igreja.
Infelizmente por causa da situação dos políticos no cenário nacional e mundial, pois corrupção na política não é produto nacional brasileiro, muitos insistem em dizer "política é coisa do diabo". Não! Nunca foi, e nunca será. Os homens governados pela ganância, intrigas, competição, cheios de si mesmo, amantes dos prazeres e etc, etc, isso sim, é do diabo. 
O que podemos dizer sobre Deus e a política? É claro que acreditamos num Deus que controla todas as coisas, e nada foge ao seu controle soberano, o salmo 139 é uma prova clara do poder de Deus atuando na esfera humana. O apóstolo Paulo escrevendo aos colossenses também afirma "[...]  Nele, tudo subsiste.(Cl.1.27). Se há maus políticos, não é culpa de Deus que os colocou lá, mas sim, escolhas erradas que a maioria faz para constituí-los como autoridades sobre suas vidas.
Certa feita o comandante da polícia de São Paulo, quando indagado sobre a ação contundente dos seus homens para conter as manifestações populares que estavam tomando as ruas cidade , disse: "Se não é para cumprir acordos, não reclame dos resultados". O que podemos inferir disso? Se Deus nos deu condição de escolher entre um determinado político e outro, e nós optamos em escolher aquele que "compra" o nosso voto, por que devemos atribuir a Deus tamanho prejuízo? Pois eles virão, pode ter certeza!      
Afirmo com base nas Escrituras Sagradas que a política é coisa de Deus para os homens. Embora ele não se envolva de forma direta em nenhum processo eleitoral para beneficiar um em detrimento de outro. As autoridades foram constituídas por Deus e elas servem para manter a ordem entre a sociedade. Portanto, na hora de escolher quem vai lhe representar, tenha muito cuidado, e procure orientação de Deus para escolher aquele que tiver interesse em combater a desigualdade social, aumentar os investimentos na saúde, educação e segurança. 
Que bom seria se tivéssemos o nosso país governado por pessoas que verdadeiramente temessem a Deus, que bom seria! Com certeza viveríamos outra realidade. Mas infelizmente vivemos debaixo de uma situação onde impera o oposto da minha utopia, e o que predomina é a corrupção que tem tomado o espaço nos assuntos cotidianos da nossa sociedade. 
Quero encerrar esse assunto citando mais uma vez John Stott: "[...] nós devemos submeter-nos à autoridade que Deus conferiu ao estado; esta, porém, lhe foi dada para propósitos específicos e não totalitários. 'O evangelho é tão inimigo da tirania quanto da anarquia'".  
*PR.AACO


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

0 A voz do povo é a voz de "deus"

Não é difícil ouvirmos alguém abrir a boca e dizer: "A voz do povo é a voz de Deus", dessa vez com "D" maiúsculo mesmo, pois na boca de quem fala, pensa-se que é o Deus da Bíblia. Será que podemos afirmar esse dito popular como verdadeiro, ou podemos aprender algo sobre isso com as Escrituras Sagradas? Eu quero recorrer a uma passagem bastante significativa que pode elucidar a questão, e espero que cause mais entendimento do que confusão. Vamos a passagem bíblica.


  Tendo Samuel envelhecido, constituiu seus filhos por juízes sobre Israel.
O primogênito chamava-se Joel, e o segundo, Abias; e foram juízes em Berseba.
Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e aceitaram subornos, e perverteram o direito.
Então, os anciãos todos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá,
e lhe disseram: Vê, já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações.
Porém esta palavra não agradou a Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos governe. Então, Samuel orou ao SENHOR.
Disse o SENHOR a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele. (1Sm.8.1-7).

Israel vivia num tipo de governo teocrático, onde quem reinava entre eles era o próprio Deus, sob a supervisão dos profetas. Tendo o profeta envelhecido, o povo começa agora a pedir um rei. Embora a situação dos filhos de Samuel não fosse muito boa, o povo começa a declinar para um afastamento de Deus, sem contudo, calcular o que isso significaria para a nação como um todo. Abrir mão do governo de Deus por um humano, não é um bom negócio!
Deus entendeu claramente que eles não estavam rejeitando ao profeta, mas sim, a Ele mesmo, é o que o verso oito diz: "pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele.",
O povo nunca é bem decidido nas coisas que quer, o âncora do Jornal do SBT, Joseval Peixoto uma vez disse "A turba nunca foi uma boa conselheira", ora quer uma coisa, ora se revolta com o que queria antes. A Bíblia nos dá bastante exemplos desse tipo de atitudes. Quero citar um exemplo dos mais famosos que temos na história da humanidade, o de Jesus Cristo, que prova claramente que a voz do povo não é a voz de Deus. Em Jo.6.15, a passagem diz: "Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte". Estranho que esse mesmo povo que ficara impressionado com os sinais que Jesu fez, ele tinha feito um grande milagre de multiplicação, e o reconhece como profeta, v. 14, assim também quando o saudaram na sua entrada triunfal em Jerusalém com as palavras: "[...] Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel! Temos fortes indicadores que foram os mesmo que gritaram: "crucifica-o", assim nos diz o evangelista Marcos em 15.13. "Eles, porém, clamavam: Crucifica-o!
15.14 Mas Pilatos lhes disse: Que mal fez ele? E eles gritavam cada vez mais: Crucifica-o"! 
Sinceramente fica difícil depois dessas provas acreditar que a voz do povo é a voz de Deus.
Temos que evitar os enganos da vida, os erros teológicos e ainda afirmações equivocadas acerca da Pessoa de Deus.
Não quero ser intransigente e radical nas minhas colocações, mas espero ter podido contribuir de alguma forma para corrigir determinados conceito equivocados em nome do Criador Legítimo e Real desse Universo.

SOLI DEO GLORIA
#PR. AACO

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